TÁCITO FREIRE BORRALHO
Tácito Freire Borralho (Segundo o poeta Nauro Machado) reelaborou conscientemente os mitos – ou foros arcaicos – do fantasioso universo maranhense. e o mais importante: fazê-lo a nível superior de um popular infenso ainda às descaracterizações de um emergencial modernismo – ou modernoso espúrio – a chegar por vias tortuosas até nós. As raízes por ele exploradas com a capacidade de um verdadeiro escafandrista do nosso litoral geográfico, lhe dão a primazia de ser, entre nós, um intelectual primitivista ou um ingênuo com arraigado instinto cultural”. Tácito Borralho nasceu em Primeira Cruz (MA), em 07 de agosto de 1948, cursou o ginásio no Ateneu Teixeira Mendes em São Luís e teologia em Recife (PE). Lá criou o Grupo Armação, vencedor do 1º Festival Nacional de Teatro de Caruaru, em 1970. Foi o criador do Laborarte, em 1972; presidente da Federação Nacional de Teatro Amador-FENATA; presidente da Confederação Nacional de Teatro Amador-COFENATA; presidente da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB) e centro Unima Brasil-CEUB. Fundou a Companhia Oficina de Teatro-COTEATRO e foi idealizador e fundador do Centro de Artes Cênicas do Maranhão-CACEM, hoje órgão da estrutura da Secretaria de Estado da Cultura. Detentor do Prêmio MEC-troféu Mambembe, categoria especial-São Paulo (1978), pela sua atuação em O Cavaleiro do Destino. Como dramaturgo recebeu os prêmios “Artur Azevedo”-Concurso Cidade de São Luís (1990), com Gibi, o menino que não sabia voar e, Plano Sioge (1993), com O Palco do Imaginário Popular Maranhense, em parceria com Josias Sobrinho. Graduado em Filosofia pela UFMA e pós-graduação pela ECA-USP em 2000, obteve o grau de professor mestre em artes. Hoje é professor associado nível 1, do Departamento de Artes Cênicas (DEARTC) da UFMA e Diretor Artístico da Coteatro.
PESQUISA REALIZADA
O Teatro do Boi do Maranhão – brincadeira, ritual, enredos, gestos e movimentos
O Bumba-meu-boi do Maranhão tem sido objeto de estudo de disciplinas voltadas para o Folclore e também das Ciências Sociais, como a Antropologia e a Sociologia que, além de um registro etnográfico, investigam os aspectos da organização social ou diferentes estruturas organizacionais do Boi (como brincadeira, ritual e espetáculo). Embora alguns componentes teatrais tenham sido levantados nesses estudos (como a teatralidade cômica, a musicalidade, a estrutura das comédias e o desenvolvimento da linguagem literária), estes não caracterizam uma pesquisa voltada para o Boi como fato teatral. No presente trabalho, com a utilização de uma abordagem qualitativa e aplicação da etnometodologia como suporte de investigação teórica, foi possível confirmar a existência de duas formas de teatralização no espetáculo que é o Bumba-meu-boi. Os dados empíricos indicam características que distinguem esse Teatro do Boi como Teatro de Animação (apresentando-se com técnicas mistas) e como teatro Ritualístico, contemplando, assim mesmo, em suas encenações, um diálogo com outras linguagens artísticas. Além disso, os resultados dessa investigação reforçam a relevância do conjunto de saberes que se evidencia com a existência de conhecimentos construídos a partir da reflexão e prática dessa expressão artística. As análises dessas práticas permitiram que fossem elaboradas partituras de gestos e movimentos a partir da identificação de estruturas sob as quais as encenações desse Teatro do Boi e suas personagens
são construídas.
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